sexta-feira, 7 de janeiro de 2011


Achei que aquela dor fosse durar para sempre, de tanto que doía.
Não era dor física, daquelas que a gente põe a mão pra amenizar.
Era dor de amor.
Não tive a sorte de um amor tranqüilo.
Sentia o coração sendo rasgado, em finos trapos, bem devagarinho.
Doendo... Rasgando... Ferindo... Sangrando...
E a cabeça só lembrava: você.
O chão que me faltou aos pés era o buraco em que eu queria me enterrar.
Mas queria viver! Viver pra te ensurdecer de tanto gritar eu te amo, explodir meus pulmões de tanto chorar, me matar pra ver se te matava, te matar pra ver se renascia.
Eu sorria quando tu sorrias, eu chorava quando tu choravas.
No fundo, só queria te fazer sentir aquilo que eu sentia, te sobreviver do meu amor.
Quantas vezes quis abrir teu peito, te arrancar o coração e colocar o meu no lugar.
Toma! Experimenta me amar como eu te amo. Toma!
Quantas vezes quis rasgar meu peito, te tirar lá de dentro e dizer:
vai! Segue teu caminho e esquece que eu existo, já não te preciso mais.
Me venci. Te matei em mim. Tudo ilusão...
Um amor desse tamanho não se mata assim.
Sonhei tantas vezes com o momento de te deixar que cheguei a te odiar.
Te amava e te odiava, te odiava mas te amava.
E te sufocava com meu desejo. E me viciava. E me afogava.
E me afundava.
Eu estava doente de você.
Passa, isso passa com o tempo, você dizia.
Hoje tenho que dizer que tens razão.
Ainda te amo.
Mas calmo, suave.
Ainda te amo.
Mas me permito amar outras pessoas.
Ainda te amo.
Mas me permito viver sem você.
Ainda te amo. Mas existo pra mim.
Mas ainda te amo.